Dia Mundial da Segurança dos Alimentos
Alimento seguro, um direito de todos.
As Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) representam uma das maiores preocupações de saúde pública no Brasil e no mundo. Elas são causadas principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados por microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus, parasitas e também por substâncias químicas. De acordo com o Ministério da Saúde (2024), mais de 250 agentes etiológicos estão associados a essas doenças, que podem causar desde quadros leves de desconforto gastrointestinal até doenças graves e fatais.
Segundo dados do próprio Ministério da Saúde, entre os anos de 2007 e 2020, foram notificados anualmente, em média, 662 surtos de DTHA no Brasil, afetando cerca de 156 mil pessoas por ano, com mais de 22 mil hospitalizações e 152 óbitos. A maioria desses surtos ocorreu no ambiente domiciliar, ou seja, dentro das próprias casas das pessoas. Isso mostra que, embora muitas vezes se atribua o risco de contaminação apenas a restaurantes ou estabelecimentos comerciais, os lares também são locais críticos para a segurança dos alimentos.
É nesse contexto que a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituíram o Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, comemorado em 7 de junho. De acordo com a OMS, uma em cada 10 pessoas no mundo adoece anualmente após consumir alimentos contaminados. O tema da campanha de 2025, “Segurança dos Alimentos: Ciência em Ação”, destaca a importância do conhecimento científico no combate às doenças de origem alimentar e na formulação de práticas seguras em toda a cadeia produtiva de alimentos, desde a produção até o consumo.
A OMS reforça que todos os envolvidos na cadeia alimentar têm um papel a desempenhar: governos, setor produtivo, comerciantes, serviços de alimentação e, principalmente, os consumidores. A responsabilidade de garantir alimentos seguros é compartilhada. Conforme divulgado no site da campanha mundial (https://www.who.int/campaigns/world-food-safety-day/2025), a conscientização sobre as práticas corretas de preparo e armazenamento de alimentos pode prevenir surtos de DTHA.
O propósito do evento é mostrar como a ciência pode ser usada no nosso dia-a-dia, para garantir a segurança dos alimentos. Além de informar e engajar a comunidade sobre a importância da sua contribuição diária para a promoção da saúde pública, destacando o papel da ciência e das boas práticas na prevenção de doenças veiculadas por alimentos e água e na garantia de alimentos seguros para o consumo.
Nesse sentido, a OMS desenvolveu um conjunto de orientações acessíveis, conhecidas como as Cinco Chaves para Alimentos Mais Seguros. São elas:
1. Mantenha a limpeza
. As mãos, utensílios e superfícies podem transportar esses microrganismos e transferi-los para os alimentos. A OMS recomenda:
- Lavar as mãos frequentemente com água limpa e sabão antes de manusear alimentos e após ir ao banheiro;
- Lavar e higienizar todas as superfícies e equipamentos usados na preparação;
- Proteger a área da cozinha contra insetos, roedores e outros animais que podem contaminar os alimentos.
2. Separe alimentos crus e cozidos
Esta ação evita a contaminação cruzada, que ocorre quando alimentos prontos para o consumo entram em contato com alimentos crus ou em superfícies sujas. A OMS orienta:
- Separar carnes cruas de outros alimentos;
- Utilizar utensílios diferentes, como facas e tábuas de corte, para alimentos crus e cozidos;
- Guardar os alimentos em recipientes separados para evitar o contato.
3. Cozinhe completamente os alimentos
O cozimento adequado é uma barreira essencial contra a maioria dos microrganismos causadores de doenças.
- A maioria das bactérias perigosas pode ser morta se os alimentos forem cozidos a uma temperatura superior a 70 °C;
- É especialmente importante cozinhar bem carnes, aves, ovos e frutos do mar;
- Ao reaquecer alimentos, devem atingir a fervura completa, garantindo que estejam seguros para consumo.
4. Mantenha os alimentos em temperaturas seguras
Os microrganismos podem se multiplicar muito rapidamente se os alimentos forem mantidos em temperatura ambiente. Algumas medidas podem evitar esse problema:
- Evitar deixar alimentos cozidos em temperatura ambiente por mais de 2 horas;
- Refrigerar rapidamente alimentos cozidos e perecíveis (idealmente abaixo de 5 °C);
- Manter os alimentos quentes acima de 60 °C até a hora de servir;
- Não armazenar alimentos por muito tempo, mesmo na geladeira.
5. Use água e matérias-primas seguras
A última chave ressalta que alimentos podem ser contaminados desde a origem, por isso é fundamental garantir a qualidade das matérias-primas. A OMS recomenda:
- Utilizar água potável na preparação e cozimento;
- Selecionar alimentos frescos e saudáveis;
- Lavar frutas e vegetais, especialmente se forem consumidos crus;
- Não utilizar alimentos com prazo de validade vencido;
- Preferir alimentos com selo de inspeção sanitária, especialmente os de origem animal.
Essas orientações são simples e eficazes, podendo ser adotadas no dia a dia por qualquer pessoa. Segundo o Ministério da Saúde, o conhecimento sobre essas práticas ainda precisa ser reforçado, especialmente em ambientes domésticos, onde há uma falsa sensação de segurança. Consulte o material complementar para mais informações.
A segurança dos alimentos é, acima de tudo, uma questão de saúde pública e de cidadania. Consumir alimentos seguros é um direito de todos, mas também exige responsabilidade. Ao adotar cuidados básicos na manipulação e no preparo dos alimentos, cada cidadão contribui para a prevenção de doenças e para a promoção do bem-estar coletivo.
Assim, o Dia Mundial da Segurança dos Alimentos não é apenas uma data simbólica, mas um lembrete anual da importância de manter boas práticas alimentares em casa, na escola, no trabalho e em qualquer lugar. Conscientizar-se e agir é fundamental para garantir um futuro mais saudável e seguro para todos.
Nesse sentido, convidamos toda a comunidade para participar do evento intitulado “Alimento seguro, direito de todos”, que acontecerá no dia 7 de junho de 2025, das 16:00 às 19:00 horas, no Parque Leolídio Ramos Caiado, Setor: Goiânia II.
Referências bibliográficas:
BRASIL. Ministério da Saúde. Situação Epidemiológica — Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dtha/situacao-epidemiologica. Acesso em: 23 maio 2025.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. World Food Safety Day. New York: UN, 2025. Disponível em: https://www.un.org/en/observances/food-safety-day. Acesso em: 23 maio 2025.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. World Food Safety Day 2025 – Overview. Geneva: WHO, 2025. Disponível em: https://www.who.int/campaigns/world-food-safety-day/2025/overview. Acesso em: 23 maio 2025.
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ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. As cinco chaves para alimentos mais seguros. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://cdn.who.int/media/docs/default-source/food-safety/five-keys-to-safer-food-poster/5keys-portuguese.pdf?sfvrsn=5d2a6447_2. Acesso em: 23 maio 2025.
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL. Boletim Epidemiológico 2023: Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar – DTHA. Brasília: SES-DF, 2023. Disponível em: https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/0/Boletim%2BDTHA%2B2024%2BDF.pdf. Acesso em: 23 maio 2025.
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL. Informativo Epidemiológico 2024 – Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar. Brasília: SES-DF, 2024. Disponível em: https://saude.df.gov.br/documents/37101/0/BOLETIM%2BDTHA%2B2024%2Bfinal.pdf. Acesso em: 23 maio 2025.
MATERIAL COMPLEMENTAR